O GESP-LABUR congrega diversos pesquisadores em torno do objetivo de desvendar os conteúdos da urbanização da cidade de São Paulo, tendo como foco de análise os fundamentos que explicitam a desigualdade vivida concretamente no cotidiano da metrópole, tendo como perspectiva a construção de uma “geografia crítica radical”. Entende-se por “crítica radical” a Geografia capaz de revelar as contradições constitutivas do processo desigual da produção contemporânea do espaço, e que, ao potencializar o “negativo” desse processo, propõe um caminho profícuo para elucidar os conteúdos não revelados da luta pelo “direito à cidade”. Esta orientação torna possível a elaboração de um projeto de sociedade compromissado com a criação de uma “outra cidade” como destino do homem.
Diante disso, a proposta do GESP envolve a produção de um conhecimento sobre a metrópole de São Paulo como ponto de partida e meio de tecer caminhos para a construção teórica de uma “geografia urbana crítica radical”.
a) Gênese
O Grupo de Estudos sobre São Paulo (GESP) teve início a partir de reuniões de estudo sistemáticas em torno da necessidade de verticalizar a formação teórica dos alunos, aglutinando atividades inseridas em dois movimentos: 1) estudo da urbanização contemporânea com base em pesquisas sobre a metrópole de São Paulo; e 2) aprofundamento metodológico através do debate teórico-conceitual relacionado à análise urbana.
Essas atividades estão sendo desenvolvidas desde janeiro de 2001 sob a forma de colóquios, workshops e seminários, realizados no Laboratório de Geografia Urbana (LABUR) do Departamento de Geografia da FFLCH/USP pela equipe coordenada por Ana Fani Alessandri Carlos. Composta por alunos de graduação e pós-graduação (mestrandos e doutorandos), esta equipe visa o estudo e discussão contínua de obras que permitem construir um espaço de reflexão sobre o fenômeno urbano moderno, teórica e praticamente. Deste modo, o grupo vem se constituindo ao longo do tempo, como “ambiente de estudos e pesquisas” voltado à reflexão e ao debate sobre os processos reveladores dos conteúdos da urbanização a partir da cidade de São Paulo.
b) Desdobramentos
No presente momento o GESP assume nova abrangência, o que resulta na necessidade de abri-lo para incorporar outros pesquisadores (tanto professores do Departamento de Geografia como de fora dele), de modo a ampliar as possibilidades de pesquisa sobre a metrópole de São Paulo, bem como permitir novos desdobramentos teóricos-metodológicos, sempre visando a construção de uma Geografia Crítica. Deste também fazem parte professores e estudantes do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP de São Carlos.
Entendida como um compromisso de analisar a realidade urbana em seu movimento contraditório e enfocando os conteúdos que explicitam a desigualdade vivida concretamente, essa crítica visa a construção de um projeto de “uma outra cidade”. Isto porque, cada momento histórico abre um campo ilimitado de possibilidades, trazendo como conseqüência a necessidade de uma reflexão que elucide nossa época.
Assim, o GESP constitui-se como um ambiente de estudo e pesquisa sobre os processos embasadores dos conteúdos da urbanização contemporânea, tendo a cidade de São Paulo como objeto de investigação. Trata-se, portanto, de um fórum empenhado na organização de um conhecimento cujas prerrogativas de método substanciam uma análise da reprodução sócio-espacial, e que busca, através de uma análise geográfica, superar pressupostos analíticos formais tais como sistemas, índices e modelos. Esse é o nosso desafio.
c) Projeto Editorial Metageografia
O projeto editorial Metageografia consiste numa coleção de livros que começam a ser publicados a partir do ano de 2015 como resultado dos trabalhos realizados no GESP. Algumas parcerias estabelecidas durante esses anos também aparecem com a presença de autores de outras áreas do conhecimento ou de outras instituições e nacionalidades. As análises contidas nesta coleção se desenvolvem a partir da centralidade que a produção/reprodução do espaço urbano desempenha, hoje, na realização da sociedade capitalista. Em suas profundas metamorfoses, o espaço aponta a realização do capitalismo no plano mundial, como um momento da reprodução da sociedade, que, saída da história da industrialização, permitiu, com o desenvolvimento do mundo da mercadoria, a generalização do valor de troca e a redefinição das relações entre os lugares de realização da vida. A extensão do capitalismo no espaço, ele próprio tornado mercadoria, faz da produção do espaço um pressuposto, condição e produto da reprodução social e nesta direção, elemento definidor dos conteúdos da prática sócio-espacial, o que modifica as relações espaço-tempo da vida social, redefinindo contradições e produzindo novas.
Segue a lista dos livros, dos coordenadores e a previsão das datas de publicação:
- O volume I, “A crise urbana”, tem como organizadora a professora Ana Fani Alessandri Carlos e foi lançado no início de 2015;
- O volume II, “A cidade como negócio”, tem como organizadores os professores, Ana Fani Alessandri Carlos, Danilo Voloschko e Isabel Pinto Alvarez e será lançado também no primeiro semestre de 2015;
- O volume III, “Justiça espacial e o direito á cidade”, traz como organizadores os professores Ana Fani Alessandri Carlos, Glória Anunciação Alves e Rafael Faleiros e tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2015;
- O volume IV, “Geografia: 13 palavras chaves”, traz na organização os professores Ana Fani Alessandri Carlos, Cesar Simoni Santos e Simone Scifoni e tem previsão de lançamento para o ano 2016;
- Os volumes V, “Geografia: diálogos contemporâneos”, e VI, “As resistências na cidade como luta pelo espaço” tem previsão de lançamento para o ano de 2017, completando este projeto editorial.
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